Resenha: Silo - Livro Um (Série Wool)
outubro 03, 2014Sinopse: Em uma paisagem destruída e hostil, em um futuro ao qual poucos tiveram o azar de sobreviver, uma comunidade resiste, confinada em um gigantesco silo subterrâneo. Lá dentro, mulheres e homens vivem enclausurados, sob regulamentos estritos, cercados por segredos e mentiras. Para continuar ali, eles precisam seguir as regras, mas há quem se recuse a fazer isso. Essas pessoas são as que ousam sonhar e ter esperança, e que contagiam os outros com seu otimismo. Um crime cuja punição é simples e mortal. Elas são levadas para o lado de fora. Juliette é uma dessas pessoas. E talvez seja a última.
O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo? E se vivesse confinado em um lugar em que cada nascimento precisa ser precedido por uma morte, e uma escolha errada pode significar o fim de toda a humanidade? Essa é a história de Juliette. Esse é o mundo do Silo.
Autor: Hugh Howey
Editora: Intrínseca
Páginas: 512
Data de Publicação: 2014
Holston é o xerife do silo e toma
uma difícil decisão: ele quer sair para o lado de fora e fazer a limpeza. Sua
esposa Allison também foi enviada para a limpeza após pedir para ir para o lado
de fora sobre os indícios de loucura três anos antes após a loteria (onde cada
nascimento precisa ser preenchido por uma morte).
A limpeza funciona como a maior
punição para os membros do silo, o infrator é enviado para o lado de fora a fim
de limpar as lentes da câmera que transmite a visão do exterior do silo para
seus habitantes. Os limpadores, que não têm permissão para voltar, vestem um
traje especial de forma a prolongar sua vida até que ela comece se deteriorar
pela toxina presente no exterior do silo.
Toda vez quando acontece a
limpeza os membros do silo ficam com medo de que o sentenciado não a complete e
uma outra pessoa seja procurada feito cadáver para sair e terminar o trabalho
não feito. Afinal, se você está caminhando para a morte porque você limparia
algo para dar alivio a quem te sentenciou? Esse foi o questionamento que levou
Holston a querer sair e ideias como essa não são bem aceitas na politica do silo.
Holston podia ver. Seus olhos queimavam pelo esforço, por não conseguir
respirar, mas ele podia ver.
Com a sua morte o cargo de xerife
fica vago e a primeira opção da prefeita Jahns é colocar o delegado Marnes no
lugar, mas como ele rejeita a opção o jeito é selecionar um novo xerife para o
silo. Quando Jahns informa as opções fornecidas por Marnes a Bernard, o chefe
da TI, ela se surpreende ao ver que ele já havia preparado um novo xerife. A
prefeita recusa e sem pensar duas vezes desce mais alguns andares do silo para
falar com o escolhido e saber se ele estaria disposto a exercer o cargo.
Juliette trabalha nas profundezas
do silo, a mecânica. É uma mulher durona e nunca largou o seu trabalho por
nada. Quando é avisada da visita da prefeita junto ao delegado ela continua na
mesma, mas quando Jahns a coloca contra parede tocando em assuntos do seu interesse
Juliette acaba aceitando e se torna a nova xerife do silo.
Na volta para os andares
superiores do silo, a prefeita Jahns morre de maneira misteriosa e o delegado
Marnes, depois de sofrer pela morte de sua amada, acaba cometendo aparentemente
um suicídio e fica nas mãos de Juliette investigar as mortes para mandar o
culpado para a limpeza. Bernard se torna o prefeito interino e promove mudanças
politicas referente às ordens do Silo com o proposito de se vingar de Juliette
tocando em seu ponto fraco. Ele coloca Peter, o candidato que queria como
xerife no lugar de Marnes e começa a impor seus poderes coercitivos sobre os
habitantes da mecânica.
Um cinto estava enrolado em seu pescoço, a fivela presa no alto da
porta do banheiro. Os pés dele estavam na cama, mas em um ângulo que não
sustentaria seu peso. [...] O rosto não estava mais vermelho, e o cinto marcava
profundamente o pescoço.
Juliette acaba em uma sinuca de
bico quando começa a se deparar com mais e mais pastas de casos não resolvidos
e em um louco desespero ela decide buscar os antigos documentos de Holston a
fim de entender como ele trabalhava.
Conforme vai se inteirando da
situação novos questionamentos aparecem, seus amigos mais próximos aos poucos
vão morrendo e uma pergunta surge: Por que Holston pediu para sair para o lado
de fora? E antes que a própria perceba, durante os momentos finais das
investigações, ela é acusada de homicídio e enviada para a limpeza. Mas ao
contrário dos outros ela decide não limpar, causando com essa ação um
verdadeiro pânico entre os moradores do silo.
Coisas bastante mórbidas acontecem
durante o percurso da limpeza e antes que Juliette entenda o que está vendo, ao
sair para o exterior do silo, ela descobre a verdade. Sua vida não passou de
uma grande mentira.
O capacete veio por ultimo, carregado com evidente cuidado. [...] Ela
olhou o próprio reflexo no visor, seus olhos vazios e muito mais velhos do que
ela lembrava, mas muito mais jovens do que o modo com ela se sentia. Por fim,
ela vestiu o capacete, o ambiente escurecido através do visor escuro. [...] Foi
então que Juliette saiu para o mundo, determinada a fazer as coisas á sua
maneira, vê-lo com os próprios olhos, mesmo que através daquele portal, daquele
visor de vidro de uns vinte por cinco centímetros, e ela de repente entendeu.
Sobre o Silo
O silo é dividido em 144 andares
de três níveis que auxiliam na sobrevivência dos seus moradores como TI,
Mecânica, Suprimentos, Hospital e Minério. Todos os nascidos de diferentes
andares devem usar roupas de cores para diferenciar a qual setor pertence. E o
que une esses andares é uma escada em espiral.
Além dos trabalhadores comuns, para manter a ordem, existem as chamadas sombras. Crianças que desde cedo seguem os trabalhadores para aprender como o trabalho é feito e um dia quando o adulto que ela segue morrer, continuar mantendo o seu trabalho e iniciar um novo ciclo vicioso para uma nova sombra.
Tudo o que os habitantes conhecem sobre o mundo que uma vez já existiu se resume aos livros infantis que seus antepassados levaram para o subterrâneo. Então, na visão deles o céu é azul (o que é verdade) e a Terra tinha animais que falavam/conversavam com os humanos. Alguns não acreditam nessas histórias e preferem não criar ideias do que já existiu.
O Livro
Silo é um livro bem maduro já que
a estória em 3ª pessoa é feita nas expectativas mais adultas de seus moradores
e seguidores da politica.
A estória se passa em cinco
momentos: Holston, A Medida Certa, O
Começo, A descoberta e Os Abandonados; e o que mais me chamou atenção no
livro não foi a questão de ser uma distopia pós-apocalíptica e sim as
personagens, que diferentes de outra séries, não se encontram em triângulos
amorosos ou são adolescentes.
O livro é o que eu chamo de
leitura perfeita. É calmo, relaxante, e tem aquela sensação de fazer o leitor
ser levado a refletir e pensar na atualidade, apesar da enrolação no inicio.
Vale lembrar que muitas das
partes escritas no livro estão se tornando verídicas em nosso mundo. Eu não
estou preparada para viver em um silo ;(
0 comentários