Editora Intrínseca

Resenha: Hoje vai ser diferente

novembro 30, 2019

Sinopse: Eleanor Flood sabe que sua vida está uma bagunça. Mas hoje vai ser diferente. Hoje ela vai tomar banho e vestir roupas decentes. Vai à aula de ioga depois de deixar seu filho Timby na escola. Vai almoçar com uma velha amiga. Não vai suar. Vai transar com o marido Joe. Mas antes que possa colocar seu humilde plano em ação... a vida a surpreende e ela é forçada a abandonar suas humildes ambições e acordar para um novo e inesperado futuro. Hoje Timby decidiu fingir que está doente para passar algum tempo na companhia da mãe. Também é o dia em que o cirurgião Joe decidiu avisar à sua recepcionista — e não à sua esposa — que está de férias. E quando parece que as coisas não podem mais dar errado, um antigo colega de trabalho de Eleanor desenterra uma relíquia do passado: páginas que contam um dos segredos mais bem guardados de Eleanor.

Autor (a): Maria Semple
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Ano de publicação: 2017


Eleanor Flood é uma mãe beirando os cinquenta que percebe que sua vida está sem sentido e por isso se compromete naquele dia ser mais feliz, simpática, introsada, passar mais tempo com a família e valorizar os amigos que ela não gosta muito. Ela sente que a vida esta uma bagunça e a culpa é toda dela.  E por sua intensidade emocional as coisas sempre acabam mal.

Hoje vai ser diferente. Hoje estarei presente. Hoje vou olhar no fundo dos olhos de todas as pessos com quem conversar e vou ouvir com atenção.[...] Hoje vou dar o melhor de mim, vou ser a pessoa que sou capaz de ser. Hoje vai ser diferente.


Na manhã mais cedo, Eleanor decide tecer elogios usando palavras além de "legal" mas acaba ofendendo Alonzo, seu professor de poesia, ao chamá-lo de "meu poeta". No momento que tenta se desculpar é interrompida por um ligação da escola, onde seu filho Timby decidiu fingir que está doente para passar um tempo com a mãe. Na correria para deixá-lo com Joe (o marido) antes do almoço com sua amiga, ela descobre que ele saiu de férias mas não a comunicou. Pegando Timby de volta, Eleanor precisa cancelar o almoço agendado com sua amiga e acaba descobrindo um outro marcado há alguns dias com seu ex-funcionário Spencer, que mais para frente deixa escapar na frente de Timby um dos segredos mais bem guardados sobre o passado de Eleanor.

E como se não bastasse, Eleanor que não possui nenhum autocontrole e irritada com o sumiço do marido, decide incluir Spencer, Timby e Iô-iô (o cachorro) em uma jornada cheia de latões de lixos, concusões, arrombamento de cadeado e corridas de carro por toda Seattle em busca do paradeiro de Joe. Mas antes que ela possa colocar o plano em ação, a vida surpreende e ela é forçada a abandonar as suas ambições para um inesperado futuro e rever questões do passado.



MINHA OPINIÃO



Hoje vai ser diferente  é um livro escrito em primeira e terceira pessoa para apresentar como as histórias das outras personagens se cruzam com a protagonista em UM dia inteiro de intenso e corrido plano de "melhoria" que não dá certo. 

A frequência das falas é rápida e à medida que Eleanor vai perdendo o autocontrole, as palavras perdem sentindo e aumentam a intensidade para que os leitores venham a sentir como Eleanor está: perdida mental e emocionalmente. 


A atenção do livro é voltada para Eleanor mas acerta em Timby no momento que autora começa a intensificar a personalidade e a criança passa a tratar a mãe de forma adulta, madura e autosuficiente, chegando ser caracterizado pela própria como o melhor amigo de Eleanor. Timby traz também o sarcasmo e a paixão de modo inocente, e por muitas vezes é possível compará-lo com Sheldon de The Big Bang Theory. 

Maria Semple não expõe todas as caracteristicas físicas das personagens, sendo que a mais completa que conseguimos ao ler é sobre Joe pois ele é apresentado por Eleanor. Quanto aos outros, é necessário o uso da imaginação.

O livro expõe o pensamento de Eleanor, seus segredos e visões em páginas diferentes com desenhos, rabiscos e anotações. 

De forma inteligente, leve e humana, além dos assuntos de autocrontole somos apresentados também a assuntos sobre alcoolismo, bulimia e relacionamento abusivo o que é interessante, já que de forma rápida conseguimos capitar a mensagem que é passada. 

Em geral, a leitura inicial é pesada mas quando se há o ritmo você consegue compreender o que a autora nos passa. É possível rir e até mesmo se encontrar dentro da história. Essencial para uma boa descontração.

Editora Intrínseca

Resenha: O desaparecimento de Stephanie Mailer

novembro 21, 2019



Sinopse: Uma grande expectativa toma conta da badalada cidade de Orphea, nos Hamptons. A população aguarda ansiosamente a estreia de seu primeiro festival de teatro. Mas o prefeito está atrasado para a cerimônia. A poucos metros dali, Samuel Padalin percorre as ruas desertas em busca da esposa. Diante da casa do prefeito, um corpo é encontrado. E, no interior da residência, a cena é ainda pior: uma família inteira foi assassinada com extrema violência. Vinte anos após a resolução do homicídio, novos fatos mudarão para sempre a história de Orphea. A jornalista Stephanie Mailer confronta as autoridades e afirma que houve um gravíssimo erro na investigação. Então, ela desaparece. O que aconteceu com a jornalista? E o que de fato ocorreu em 30 de julho de 1994?

Autor (a): Joël Dicker
Editora: Intrínseca
Páginas: 576
Ano de publicação: 2018





Jesse Rosenberg e Derek Scott eram parceiros ambiciosos de trabalho desde a formação na academia de polícia. No distrito em que trabalhavam eram reconhecidos por serem os melhores. Jesse, em específico, era conhecido por Capitão 100% e teve o mérito recibido por sempre ser impecável em todos as suas resoluções de casos. Os dois trabalhavam na área de homicídios da Polícia de Nova York e agora em 2014, Jesse que já conseguia pensar em sua aposentoria, contava os dias de sua última semana na polícia.

No dia de sua festa de aposentoria, Jesse recebe a visita de Stephanie Mailer, uma jovem jornalista que ao se apresentar insiste em chamar o homem de Capitão 99%. Questionada, Stephenie é categórica ao afirmar que Jesse havia deixado um grande furo em um caso de vinte anos atrás e prendera o homem errado por um simples fato: Jesse só viu aquilo que quis ver.


Ela então ergueu a mão e a posicionou na altura dos meus olhos.
- O que está vendo, capitão?
- Sua mão.
- Eu mostrei os dedos - corrigiu ela.
- Mas eu vejo a sua mão - repliquei, sem compreender.
- Esse é o problema. O senhor viu o que queria ver, e não o que estavam lhe mostrando. Foi isso que o senhor deixou escapar há vinte anos.


O caso que Stephanie mencionava era o quádruplo homicídio ocorrido em Orphea nos Hamptons, em 1994 durante um festival da cidade, ao qual levou as vidas do prefeito Gordon, sua esposa, filho e mais uma quarta vítima que testemunhara o culpado no momento da fuga no assassinato.

Jesse a princípio não tinha se preocupado com tamanha asneira que a jornalista acabará de afirmar. O caso tinha sido resolvido de forma limpa com provas cruciais e sem rastros. Mas então, três dias após, ele descobre que os pais de Stephanie Mailer tinham aberto um chamado informando o desaparecimento da filha.

Quando as pistas dessa nova investigação se cruzam com o caso de 1994, Jesse vai em busca de Derek seu antigo parceiro de trabalho e juntos decidem reabrir o caso, que depois de vinte anos teria virado uma cama de gato envolvendo moradores e frequentadores da cidade, junto aos inumeros fantasmas do passado.

O mesmo festival se iniciaria na contagem de um mês em Orphea, Jesse só tinha mais uma semana na policia e a cada dia que passava menos os dois achavam que conseguiriam entender o que estava acontecendo a tempo. Afinal, o que Stephanie descobriu de tão importante? O que de fato deixaram escapar? 

A unica coisa certa era que cada morador e frequentador daquela cidade tinha seus próprios medos e segredos e que dificilmente abririam a mão para deixar algo maior se revelar.


MINHA OPINIÃO


Que Joël Dicker é um autor sensacional todos sabem mas a sua principal virtude como autor nesse e em qualquer outro livro que ele tenha escrito é a vontade assídua que nós, como leitores, temos em terminar o livro o quanto antes sem que haja qualquer descanso. E pensando nisso, acredito que esse foi o livro do autor que mais me chamou a atenção.

Desenvolvido com narrativas em terceira pessoa, Joël Dicker nos faz navegar entre trinta personalidades diferentes. Onde aos poucos, o frenesi de idas e vindas entre o passado e presente constroem o amadurecimento de cada personagem revelando de forma especifica mas não rápida os segredos que trilham a revelação final.

A narrativa é repleta de reviravoltas e tem desfechos inesperados, sendo possivel odiar um único persongem no inicio e vir a amá-lo no final na mesma intensidade. Você estará lendo sobre 2014 e quando na ultima linha algo te elevar e achar que aquele será o momento final, ao contornar a página verá uma nova narrativa sobre um novo olhar de outro personagem em 1994.

No inicio somos apresentados a um resumo dos acontecimentos sobre o quadruplo homidicio e recebemos uma lista com os nomes e status das personagens. Os capitulos são escritos de forma decrescente, de modo que exista uma contagem regressiva e sejam apresentados os períodos e datas que as estórias acontecem, o que só vim a perceber no capitulo -4.

O desaparecimento de Stephanie Mailer é o livro mais recente do autor e muito cobiçado em livraria físicas. Pertence ao gênero de ficção porém pode ser considerado em alguns casos por outros como romance policial.

Se você gosta de livros aos quais deve esperar até a última linha do rodapé para saber o grand finale, esse livro foi feito para você.



Faro Editorial

Resenha: Rio Vermelho

novembro 16, 2019




Sinopse: Há vinte anos, Dennis Danson foi preso pelo assassinato brutal de uma jovem no condado de Red River, na Flórida. Agora ele é o assunto de um documentário sobre crimes reais que está lançando um frenesi online para descobrir a verdade e libertar um homem que foi condenado erroneamente. A mil milhas de distância na Inglaterra, Samantha está obcecado com o caso de Dennis. Ela troca cartas com ele e é rapidamente conquistada por seu aparente charme e bondade para ela. Logo ela deixou sua velha vida para se casar com ele e fazer campanha para sua libertação. Mas quando a campanha é bem sucedida e Dennis é libertado, Sam começa a descobrir novos detalhes que sugerem que ele pode não ser tão inocente...            

Autor(a): Amy Lloyd
Editora: Faro Editorial
Páginas: 276
Ano de publicação: 2018

Holly Michael foi jogada nas águas de um córrego pantanoso ao norte de Red River. Nas fotos do crime a menina estava de bruços, o sangue coagulado e emaranhado no cabelo loiro fino, sem as pontas dos dedos, e nua da cintura para baixo. O corpo foi encontrado 76 horas depois de sua morte e ao que tudo indicava seu assassino era Dennis Danson, um garoto problemático de 18 anos.

À medida que a história se desenrolava, Dennis passou a ganhar notoriedade internacional. As noticias de omissões de provas se espalharam e não demorou muito para que entusiatas dedicados, verdadeiros admiradores em nível profundo, deliberassem que o que quer tivesse acontecido, deixou o verdadeiro assasino livre.


Samantha, professora inglesa de 31 anos, acreditava que a resolução do caso era mais simples do que aparentava. Seu namorado Mark não dividia das mesmas suposições, e se irritava fácil com a entrega da namorada no caso. Para ela, os participantes dos fóruns online eram os únicos que entendiam e foi a uma dessas pessoas que Sam recorreu quando Mark decidiu partir sem nenhum aviso.

Pouco tempo depois, a execução de Dennis foi adiada, e Sam precisou de meses para tomar coragem e escrever cartas e enviá-las a prisão. As cartas trocadas entre Sam e Dennis passaram rápidamente de um simples "atenciosamente" para "com amor". Quando ela decide se mudar para Gainesville e a visitar Dennis uma vez por semana, um homem chamado Wayne confessa, após uma denuncia anonima, a agressão contra Holly. 

Com Dennis liberto, juntos decidem por voltar a morar em Red River, em uma cabana no meio da floresta, ao que tudo indicava a vizinhança não seria receptiva com o garoto agora homem e dificilmente acreditavam em sua inocência. Dennis era tudo para eles: dissimulado, mentiroso e conseguira enganar a todos com a cara de pobre garoto com infância conturbada.

No casamento, Sam começa a se questionar pela falta de toques do marido, as atitudades calmas que se tornam agressivas repentinamente, os sumiços durante as madrugadas e sobretudo a ligação com uma caixa aparentemente de memórias que o marido tem guardada. Instigada pelos segredos que ele decide manter, Sam resolve ir em busca dessas memórias e com a caixa em mãos ela descobre que precisava deixar garantido que tudo dava a impressão  de que ela nunca estivera ali.


MINHA OPINIÃO

Rio Vermelho, vencedor do Daily Mail Bestseller Competition, contém três capitulos principais além do prólogo e epílogo, e cumpri o que promete: você ouve uma música ameaçadora desde a primeira linha. 

Apesar de a história ser original e absolutamente real sobre obsessão em uma ficção inglesa, a autora nos desafia a descobrir junto as personagens a verdade sobre o assassino que o mundo enxerga como inocente. Isso faz com que o leitor queira pressupor quando a verdade será revelada e como será o desfecho da história, o que acaba sendo erroneo de nossa parte.

O carater e a imagem das personagens são construidas aos poucos e na mesma intesidade ao qual nos aproximamos das páginas finais, ficando dificil decidir se odiamos ou nos apaixonamos por eles. Com traços bem proximos da realidade o livro definitivamente não é para qualquer um. São picos de altos e baixos em frequencia de segundos, mesmo que no ínicio exista uma demora significativa para você se prender ao conteudo apresentado, mas por favor, não desista!

Contudo, vale lembrar que não se trata apenas de apresentar o assassino como também um problema sério que é a Sindrome de Estocolmo (estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor).

Em sua capa podemos notar a pergunta: "Você acredita nele...Então por que está com tanto medo?", e essa foi a questão que eu mais repeti durante a leitura. O texto é bem escrito, de fácil compreensão e nos arrepia nos momentos certos.


LEITURA ATUAL

FAVORITO DO MÊS

@GRAZIELLASILVAO