Resenha: Iluminadas

janeiro 31, 2015

Sinopse: Harper Curtis é um assassino que vem do passado. Kirby Mazrachi é a garota que estava destinada a não ter um futuro. Chicago, 1931. Harper Curtis, um andarilho violento, invade uma casa abandonada que esconde um segredo tão chocante quanto improvável: quem entra ali é transportado no tempo. Instigado por um comando que parece vir da própria casa, Harper persegue as “meninas iluminadas” – garotas cuidadosamente escolhidas em diferentes décadas – com o objetivo de matá-las. Voltando no tempo após cada assassinato, seus crimes são perfeitos e impossíveis de serem rastreados. Ou pelo menos é o que ele pensa.Chicago, 1992. Kirby Mazrachi viu sua vida ser destroçada após um ataque brutal que por pouco não a levou à morte. Incapaz de esquecer tal acontecimento, Kirby investe seus esforços em encontrar o homem que tentou assassiná-la. Seu único aliado é Dan, um ex-repórter policial que cobriu seu caso e agora aparentemente está apaixonado por ela. À medida que a investigação de Kirby avança, ela descobre outros casos semelhantes ao seu – e garotas que não tiveram a mesma sorte que ela – ligados por evidências que parece impossíveis. Mas, para alguém que deveria estar morto, impossível não significa que não tenha acontecido.                                                                                                                                                                                                                                
Autor: Lauren Beukes
Editora: Intrínseca
Páginas: 320
Publicação: 2014

Harper Curtis é um homem cruel que teve a vida desgastada pela guerra e por isso se tornou frio o bastante para não se importar com ele mesmo. Durante a década de 1930, os Estados Unidos da América vêm enfrentando um tremendo caos e sem moradia fixa ele acaba se tornando um andarilho em Chicago. Revoltado, ele decide brigar como de costume e acaba cortando o pescoço de um dos seus vizinhos.

No momento da fuga ele torce o seu pé e quase que sequencialmente encontra uma casa um pouco afastada dos lados mais povoados da cidade. Atraído por uma música melancólica, ele sobe as escadas e abre a porta de um dos quartos. Uma espécie de portal o chama e uma onda inebriante de ódio o invade. Existem nomes escritos com a sua caligrafia e pouco apagados brilhando por todas as paredes, ele demora mas logo entende o que precisa fazer. Sendo guiado através do tempo Harper deve matar todas elas – as Meninas Iluminadas – e a casa aconchegante em troca viraria o seu lar.


– Eles devem estar acordando, agora – diz ela, ofegante de dor. – Nella vai preparar o café da manhã para os menores... vestir as crianças para a escola, mesmo que Martin queira fazer isso sozinho, colocando os sapatos no pé errado. ­– Ela consegue tossir em meio aos soluços. Está histérica, sabe disso, dizendo coisas desconexas. – E os gêmeos... aqueles dois têm uma vida secreta. – Seus pensamentos parecem fugir de controle. – É responsabilidade demais para Nella, sozinha... Ela não vai conseguir... Eu tenho só... vinte e oito anos... preciso ver meus filhos crescerem. Por favor...                                                                                                                                                                                    
O homem balança a cabeça, em silêncio, e disfere mais uma facada.

Em várias épocas de diferentes anos jornais começam a noticiar mortes de mulheres que estranhamente tiveram seus intestinos retirados e expostos sobre os corpos sem acusar rastro algum de seu algoz. H. Curtis tinha virado um serial killer perfeito.

Harper sempre acompanhou o desenvolvimento de suas meninas e desde crianças elas esperam por ele, principalmente após se tornarem tão importantes para o futuro. Todas elas recebem um presente para que mais tarde ele possa vir buscar, mas o vão existente no tempo impede que elas se lembrem disso.

O tempo começa a fluir negativamente e uma série de erros começam ser reproduzidos.Os nomes param de brilhar e Harper descobre o motivo: uma de suas garotas está viva.

Kirby Mizrachi é uma das Meninas Iluminadas, a única sobrevivente de um atentado sádico e macabro que se não fosse por seu cachorro não estaria viva para contar a estória. No entanto, as cicatrizes que o passado lhe deixo não a impede de ir atrás do facínora, mesmo com sua mãe Rachel (uma mulher de vícios) e Dan (seu chefe na coluna jornalística de esportes e admirador) dizendo que ela faça o contrário e esqueça de tudo o que passou. Seu assassino precisa ser preso custe o que custar.

Kirby então inicia uma busca incansável nas bibliotecas, jornais e nos departamentos policiais locais mas tudo o que acha são mulheres mortas em algum ano de diferentes décadas e de maneiras diferentes. Não é preciso que a garota vá muito longe para que induza a verdade, até porquê Harper também decide ir atrás de sua menina no futuro com intenção que ela volte a brilhar. Trazendo atona uma longa caçada entre algoz e vítima.

Com cautela, ela espia o vagão vizinho e de imediato recua. Ele está ao lado da porta, segurando-se numa barra de apoio. Os olhos escondidos pelo boné. Mas ela reconhece sua compleição, os ombros caídos, o ângulo do queixo e o perfil irregular, virado para o outro lado, olhando os telhados que desfilam pela janela do trem.

Este livro me proporcionou exatamente quatro tipos de sentimentos: paixão, medo, surpresa e hesitação. Logo de início quis compará-lo ao livro thriller psicológico que mais amo Ecos dos Mortos e mesmo sendo parecido, existiram divergências que me impediram.

Baseado na história verídica do mundo e de maneira atemporal com diversos passados, presentes consternados e um futuro incerto bem distante do que vivemos hoje, Iluminadas se passa durante três momentos cruciais: a Primeira Guerra Mundial, as dificuldades de recuperação da guerra e o término da Segunda Guerra Mundial. Sobre todos esses efeitos quero deixar claro uma coisa: é fundamental entender o raciocínio lógico das datas, caso contrário você irá se perder. Mas isso é algo que poderá ser resolvido no desenvolver da leitura.

O livro nos tira um pouco a surpresa porque logo de início somos apresentados ao assassino e a vítima principal. Porém, conforme o passar do tempo no livro a autora recupera os eixos e começa a liberar de forma sucessiva e organizada os detalhes das mortes de cada uma das meninas Iluminadas. Fazendo com que o leitor recupere também a sua atenção e queira descobrir antes mesmo de finalizado como o livro será concluído e porque a casa pede que Harper assassine as garotas, já que no começo Lauren Beukes não deixa claro a situação sobrenatural existente na casa. E foi nessa parte que fiquei chocada.

Iluminadas é narrado em terceira pessoa e não deixa de cumprir o ritual literário de cada personagem criado.

Assista a dois books trailer que separei para vocês, eles dão mais medo que o próprio livro.




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